domingo, 2 de dezembro de 2012

Ainda hoje, tanto tempo depois, quando tento me lembrar, meu coração ainda dói. Algumas cenas estão completamente nebulosas, como se a minha mente tivesse apagado certas partes, em uma vã tentativa de me preservar. Quando penso em tudo o que vivemos, é como se não fosse eu que tivesse passado por aquilo, e sim uma personagem. Certas coisas não acontecem na vida real. E aqueles seis meses, hoje, parecem ser apenas parte de um filme. Um filme que não teve final.
Eu não disse nada. A gente já estava se beijando antes que qualquer palavra pudesse sair da minha boca. Durante o beijo ele foi me empurrando devagarzinho até que a gente se sentasse na cama, e eu nem sei como, mas a gente acabou se deitando, e nós ficamos ali um tempão assim, deitados, abraçados e nos beijando muito, e eu não imaginava como aquilo poderia ficar melhor, aliás, imaginava, mas uma voz vinda da porta interrompeu minha imaginação.
Com o tempo, aprendi que cada momento é único. Cada passo dado pode mudar a minha sinopse. Demorei pra entender que o mundo não é um grande cinema. Lá, a história acaba quando a luz se acende. Aqui, não existe apenas um final. Existem vários. Alguns deles são felizes. Outros não.